Mundo Contra o Racismo
- 3 minutes read - 556 wordsComunicado de imprensa
Vemos, no mesmo país que se quis mostrar ao mundo como um paraíso da tolerância, que a extrema-direita cresce, os discursos discriminatórios e de ódio racial propagam-se cada vez mais, e que a violência exercida sobre as comunidades racializadas se normaliza, diante a inércia por parte do estado e sucessivos governos. Esta violência concretiza-se, por um lado, em atentados directos à nossa vida e integridade física, como os casos de violência policial que no ano passado deixaram o país em choque, e forçaram diferentes sectores da sociedade a confrontar-se com a realidade de um país onde o racismo abunda e faz vítimas, pessoas reais, com nomes, histórias. Por outro lado, sabemos que as pessoas racializadas são ainda sujeitas a uma sistemática e histórica guetização, que lhes são limitados, por conta de preconceitos socialmente enraizados, os plenos direitos de cidadania. No mundo do trabalho, são nos relegados os postos e condições de trabalho mais precarizantes - mesmo quando uma porção significativa de serviços considerados essenciais, sobretudo no contexto imposto pela actual situação pandémica - é assegurada por imigrantes e pessoas racializadas. É-nos permanentemente exigido que nos “integremos”, mas sabemos que essa integração tem um custo - esse custo é o de ceder ao opressor e ver as nossas histórias, vidas, culturas e identidades branqueadas e apagadas.
No dia 21 de Março, saímos à rua , no Porto e em Lisboa. Mobilizamo-nos contra a exploração laboral, a violência policial, a segregação escolar, a segregação habitacional e os despejos, como o que aconteceu recentemente com o despejo de 5 famílias no Catujal, sem uma solução habitacional permanente, em plena pandemia. Mobilizamo-nos pela recolha de dados étnico-raciais nos censos que permitam desenhar políticas públicas de combate às desigualdades raciais, pela revisão dos conteúdos curriculares que se inscrevam numa cultura escolar de matriz antirracista. Estamos empenhados a combater a invisibilidade e a lutar pela representatividade das pessoas racializadas em todas as esferas da sociedade. Porque o racismo não é opinião, é crime, defendemos a criminalização do racismo para dar força à luta pela igualdade e contra a injustiça. Neste dia, como em todos os que vierem, faremos a luta na rua, e em unidade, contra o racismo.
Este movimento faz parte da iniciativa mundial do World Against Racism, com concentrações a acontecer pelo mundo nos dias 20 e 21 de Março. Para mais informações sobre o movimento internacional consultem o site https://worldagainstracism.org.
Eventos no Facebook
- Lisboa: https://fb.me/e/ADCn52Pq
- Porto: https://fb.me/e/22KlwVSkx
Organizações Participantes
- Rede Unitária Antifascista
- Núcleo Antifascista da Margem Sul
- MTS - Movimento dxs Trabalhadorxs do Sexo
- Grupo Partilha d’a Vida
- SOS Racismo
- Costume Colossal
- Grupo EducAR - Educação Antirracista
- Consciência Negra
- Climáximo
- A Coletiva
- APICC - Associação para a Integração da Comunidade Cigana
- Techari Associação Nacional e Internacional Cigana
- UNIR (Resistência Cigana)
- Racismo Não! (Resistência Cigana)
- Iniciativa Cigana - Desta vez não é um cravo é uma cerveja
- Silaba dinâmica
- União Libertária
- LIVRE
- MAS - Movimento Alternativa Socialista
- STCC - Sindicato dos Trabalhadores de Call-Center
- Habita!
- Stop Despejos!
- Marcha Mundial das Mulheres
- Núcleo Antifascista de Braga
- Núcleo Antifascista de Barcelos
- Núcleo Antifascista dos Açores
- Núcleo Antifascista de Aveiro
- Núcleo Antifascista do Porto
- Plataforma Antifascista de Lisboa e Vale do Tejo
- Grupo Antifascista Miguel Torga
- Brigada Fernanda Mateus - Antifascistas de Coimbra
- Ação Vimaranense Antifascista
- (em atualização)